segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ERA UMA VEZ A PSICOLOGIA CIENTÍFICA... (5)

Neste subtítulo [Os Pré-Socráticos] do segundo capítulo [Entre a Ilíada e a Odisseia] que dá início à primeira parte do livro [Alguns contos filosóficos], os autores deixam claro que a história da Filosofia (racionalista) tem por base a recolha de fragmentos de escritos de autores que compõem a doxografia (compilação filosófica) do pensamento grego datados a partir de meio século antes de Cristo; que a figura de Sócrates é tomada como o “Cristo” da Filosofia - e de toda a história da Filosofia; que a filosofia ocidental tem sido forjada com base no que se produziu antes ou após os seus ensinamentos (de Sócrates). Recordam-nos que o próprio Sócrates, assim como Cristo, nada deixou escrito sobre seus pensamentos e ações.

De fato, as “lições” de Sócrates e de outros pensadores da época foram registradas em escritos por parte de seus seguidores que afirmam terem testemunhado suas especulações. O marco no desenvolvimento do pensamento racional teriam sido os “diálogos” pedagógicos de Sócrates com seus “alunos” - que só chegaram ao conhecimento público, na contemporaneidade, a partir dos relatos de Platão, seu discípulo, particularmente ao transformá-lo em personagem central de A República.

Holzman & Newman destacam o questionamento a respeito do questionar como a principal contribuição de Sócrates para o progresso do pensamento verbal e da linguagem intelectual. Para eles, a discussão do método (processo da gênese e desenvolvimento dos questionamentos) é o que pode nos auxiliar a entender sobre o QUÊ e COMO se coloca a problemática do pensamento autoreflexivo na perspectiva filosófica.

Anunciam os fundamentos de sua crítica à filosofia racionalista, entendida por eles sobretudo como atividade metalinguística engendrando a si própria e principal responsável pelos modos de pensar da Civilização Ocidental (Religião, Política, Ciência, Tecnologia e Psicologia).

Responsabilizam o filósofo William James pela ambição da Psicologia em tomar para si a responsabilidade na exploração de questões ancestrais que permanecem ainda assombrando os seres humanos na contemporaneidade. Por fim, informam sua disposição em demonstrar a “desautorização” dos estudos da consciência em longos períodos ao longo da breve existência da Psicologia, no capítulo quarto do livro.  

A seguir nos apresentam o próximo subtítulo do capítulo Filosofia como Metodologia, Epistemologia e Ontologia [Philosophy as Methodology, Espistemology, and Ontology]



NOTA EM RODAPÉ


Consultar:

PESSANHA, José Américo Motta (2005) Sócrates [Platão] – Apologia de Sócrates, Xenofonte, Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural.

CORVISIERI, Enrico (2005) Platão – A República. São Paulo: Nova Cultural.


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