O item Escolástica: A Crônica Pré-Moderna [Scholasticism: The Premodern strory] segue com a exposição aligeirada da trajetória histórica da Filosofia focalizando o impacto do Cristianismo sobre ela, particularmente no primeiro milênio após a morte de Cristo; revela os “ajustes ideológicos” que foram feitos ao dualismo platônico que resultaram na acentuação de sua dimensão religiosa judaico-cristã mística através da doutrina Maniqueista (BemXMau) de Santo Agostinho.
Ao valorizar o Platonismo e colocar no índex o Aristotelismo, a Idade das Trevas (como se costuma rotular a Idade Média) notabilizou-se pelo recrudescimento da irracionalidade, da superstição, miséria e pragas sob Tutela da Igreja Católica e apostolado do Maniqueísmo.
Os autores nos lembram que apenas no século XIII do calendário cristão hegemônico Aristóteles e os Pré-Socráticos ressurgem para “reiventarem” o Cristianismo e disseminarem a “nova” visão de mundo que vai preparar o terreno para o florescimento das crônicas (versões) modernas para o entendimento da vida humana na Política, Ciência, Tecnologia e Psicologia.
Teria sido forjada na ocasião uma junção complexa do Aristotelismo com a doutrina Católica, sob iniciativa de São Tomaz de Aquino - que se denominou Escolástica.
Esclarecem que a Escolástica converteu-se, desde então, em visão de mundo “oficial” da época, até a emergência da filosofia racionalista modernista (cujo marco são as teses da “nova ciência” de Galileu Galilei, difundidas a partir do século XVII.)
Holzman&Newman conseguem expor pedagógica e criticamente os “elos” não desinteressados do Catolicismo com as idéias de Aristóteles e a ruptura que significou a “nova ciência” galileana nos modos de pensar da humanidade a partir de uma densa argumentação que traduz sua erudição e sólida formação acadêmica em História da Filosofia.
Fazem questão de assinalar que apenas na contemporaneidade o Aristotelismo passa a ser questionado de modo radical; que o período pós-filosófico, pós-sistemático, pós-racional que estamos vivendo possui raízes tanto nas concepções filosóficas racionalistas difundidas na antiguidade grega como no pensamento modernista de inspiração galileana; que o Pós-Modernismo deve ser aplaudido por se propor ir além do modelo sistemático baseado na abstração autoconsciente que tem dominado os modos de pensar a Humanidade desde a Antiguidade Clássica.
Encerram sua argumentação irônica e provocativamente salientando que assim como a “nova racionalidade” que representa a visão galileana do mundo foi considerada pela Escolástica “irracional”, a “nova racionalidade” da Ciência Moderna é considerada pelos pós-modernistas (em nome dos quais se apresentam), também “irracional.”
[ - Durma-se com um barulho desses?! ]
A seguir, no próximo item do capítulo, expõem criticamente aspectos da “crônica científica”.
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