No capítulo A Glorificação da Experiência: A Filosofia Moderna, Psicologia e Lógica [The Glorification of Experience: Modern Philosophy, Psychology and Logic] os autores lembram-nos que a história da Filosofia Ocidental costuma ser em geral divida entre o Racionalismo Continental (Europeu) e o Empirismo Britânico (Inglês). O Racionalismo sustentando-se em três grandes tradições continentais do século XVI (Descartes, Spinoza e Leibniz) logo a seguir vindo a ser contraditado por três grandes tradições insulares (britânicas) do século XVII (Locke, Berkeley e Hume).
Revelam-nos, em linguagem simples, que o racionalismo tem sido identificado como o estudo da gênese do conhecimento a partir de um ponto de vista que privilegia o mental a partir de movimentos “de dentro para fora” , quer dizer, de processos interoceptivos e próprioceptivos (percepção do que ocorre no interior do organismo); e que o empirismo é o estudo das origens do conhecimento do ponto de vista do movimento em sentido inverso: “de fora para dentro”; quer dizer, de um “excitação” que se origina em processos êxteroceptivos (percepção de sensações provocadas pelo meio exterior ao organismo).
Esclarecem que ambos pontos de vista (racionalismo e empirismo) se ocupam das origens do conhecimento pretendendo cada um o status de abordagem “científica” aos processos de percepção dos seres vivos em geral e dos seres humanos em particular; e que muito antes de Kant (século XVIII) ter unificado ambos pontos de vista em uma perspectiva “científica” sabia-se que os processos intero-próprio-êxteroceptivos estavam interconectados.
Fazem questão de lembrar que foi Descartes – considerado o “pai do racionalismo” – em sua busca pela inquestionabilidade do ato de pensar propriamente dito quem teria afirmado a existência da anterioridade do ato de pensar como possibilidade única para emergência de qualquer conhecimento através do famigerado cogito ergo sum (Penso logo existo); e que foi Hume – considerado o último dos empiristas – quem teria buscado incansavelmente localizar a gênese da ontologia nos processos êxteroceptivos de “excitação” provocados pela “sensação instantânea” de aspectos do meio exterior ao organismo.Mas que, apenas com Kant, demonstrou-se a insuficiência de ambos pontos de vista, isoladamente, serem capazes de explicar a ontologia (a experiência do mundo e a experiência do sujeito cognoscente).
Lembram-nos contudo que é só com o Experimentalismo de Kant que a experiência (do mundo e do sujeito no mundo) coloca-se como cognição. Para eles, o pensamento kantiano é o ninho no qual será nutrida a Psicologia com uma fundamentação filosófica racionalista - embora não ainda com os fundamentos “científicos” modernos.
A seguir abordarão, no primeiro item deste capítulo, a expansão do Modernismo filosófico e as primícias do Pós-Modernismo.
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