quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ERA UMA VEZ A PSICOLOGIA CIENTÍFICA (11)

Em A Lógica da Particularidade e da Identidade [The Logic of Particularity and Identity], último item do Segundo capítulo, Holzman&Newman de modo lacônico atribuem o sucesso da normatização aristotélica do que seria “pensar corretamente” à crença em sua lógica dedutiva ilustrada pelo clássico silogismo “Todos os homens são mortais; Sócrates é um homem portanto Sócrates é mortal”.

O hábito “aristotélico” de serem concedidos atributos à um objeto baseado não na sensação presencial de suas características objetuais mas a partir do processo de pensá-lo descolado ou abstraído do campo perceptivo natural implica em um modo de pensá-lo (o objeto) normativamente e não empiricamente.

Ainda que a Ciência Moderna tenha se voltado para investigações do movimento físico e das leis matemáticas que regem a mecânica dos corpos em seus processos de mudança, os modos de pensá-los em sua “dinâmica” continuam fortemente ancorados ainda a uma lógica classificatória, dedutiva e “estática” que proporciona calafrios ao pensamento por suas abstrações glaciais: a lógica da particularidade, identidade e dedução.

Fazem uma exposição didática e sinóptica do funcionamento desta lógica fundamentalmente classificatória sistematizada por Aristóteles e de sua teleologia ou finalidade causa-efeito que exige ser matematicamente expressa e também verificável empíricamente.

Uma lógica portanto que não considera a dimensão relacional. Afirmam que o paradoxal deste modo hegemônico ou “científico” de pensar só começa a ser denunciado cada vez mais e por um número cada vez maior de pensadores no final do século XIX e início do século XX, quando a Ciência golpeia mortalmente a Filosofia e esta reage desmascarando aquela para revelar em público sua natureza metanarrativa (fabular) enquanto “crônica científica”.

Os autores antecipam que pretendem demonstrar como deste embate “matricida” resultaria a produção da última fábula da Filosofia Moderna: a Psicologia Épica – a tentativa desesperada e suicida de elevar a Ciência ao nível de supraentendimento dos entendimentos da vida humana.É este “genocídio” da saúde mental dos seres humanos que os autores se propõem diagnosticar clinicamente no livro.

Mas, antes de apresentarem sua provocativa tese, consideram-se no dever de continuar dissertando sobre os rumos das contribuições de pensadores ao longo da colaboração da Filosofia Moderna no terceiro e último capítulo da primeira parte do livro intitulado A Glorificação da Experiência: A Filosofia Moderna, Psicologia e Lógica [The Glorification of Experience: Modern Philosophy, Psychology and Logic]

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