domingo, 26 de dezembro de 2010

ERA UMA VEZ A PSICOLOGIA CIENTÍFICA... (4)

Após a apresentação da PRIMEIRA PARTE se seguem  dois capítulos denominados respectivamente Entre a Ilíada e a Odisseia [Between the Iliad and the Odyssey] e A Glorificação da Experiência: Filosofia Moderna, Psicologia e Lógica [The glorification of Experience: Modern Philosophy, Psychology and Logic].

A partir da tese de Julian Janes de que a diferença essencial entre a Ilíada e a Odisseia não reside apenas no período ao qual se referem as lendas e mitos narrados em ambos escritos atribuídos a Homero, mas em COMO se dá a narrativa das epopeias homéricas dos povos micênicos e aqueus, após sua expulsão da península grega pelos dórios - de mesma origem étnica.

Na Odisseia evidencia-se a voz narrativa autoral e criativa dos aqueus em contraste com o que ocorre na Ilíada - em que a narrativa contenta-se em não ir além do que pertence às tradições ancestrais da memória oral micênica e aqueana.

É nesta ruptura do modo de narrar que Janes especula ocorrer a consolidação ideológica da autoconsciência e da abstração que caracterizam o pensamento grego.

Os autores informam aos leitores sua concordância com a provocativa tese de Janes - que lhes servirá como ponto de partida para uma abordagem crítica à gênese e ao desenvolvimento da filosofia racionalista dos gregos através dos séculos no primeiro milênio após Cristo, no capítulo.

Os Pré-Socráticos [The Pre-Socratics] é o primeiro subtítulo da exposição documental da trajetória da filosofia racionalista, pelos autores, no livro.

NOTA EM RODAPÉ

A natureza especulativa da tese de Janes por si só já revela a dimensão signitiva do conhecimento fundado na linguagem verbal, tipicamente humano – que é a questão principal discutida pelos autores. Descobertas arqueológicas podem concorrer para que indicações mais convincentes possam substituir elucubrações controversas quanto às origens do início histórico da Filosofia e do racionalismo no pensar da humanidade. A questão permanece em aberto: “O que terá levado o homem, a partir de determinado momento de sua história, a fazer ciência teórica e filosofia?”; mas o núcleo duro do problema reside mesmo em precisar a passagem da mentalidade fazedora de mitos para a mentalidade “teorizante” sobre os mitos.

Consultar SOUZA, José C. de [Org] (2005) Do mito à filosofia. Os Pré-Socráticos – Fragmentos, Doxografia e Comentários. São Paulo: Nova Cultural, p. 5-13.


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