Sob o subtítulo Filosofia como Metodologia, Epistemologia e Ontologia [Philosophy as Methodology, Espistemology, and Ontology] os autores consideram as respostas dadas por Platão aos questionamentos dos pré-socráticos (dispersos em sua fragmentação doxográfica) o primeiro esforço vitorioso de organização sistemática da visão de mundo dos gregos na Antiguidade e, com isso, a inauguração da Filosofia propriamente dita.
Para eles a importância de Platão não reside unicamente na divulgação de sua filosofia idealista (visão platônica do mundo) mas no importante reconhecimento de que filosofar implica necessariamente um modo de ver o mundo, ou seja: a existência de um mundo, um sujeito que vê, e um método para estabelecer elos entre quem vê e o que é visto.
Sentem-se no dever de recontar a história do desenvolvimento do pensamento intelectual ocidental - que teria sua origem na Grécia Antiga - a partir da delimitação conceitual do que compreendem por ONTOLOGIA (a existência real do mundo), EPISTEMOLOGIA (conhecimento sobre o mundo) e METODOLOGIA (os meios de conectar a realidade objetual e o conhecimento colaborado a seu respeito).
Reconhecem o simplismo com que expõem o desenvolvimento histórico do pensamento intelectual (em geral atribuído aos gregos) bem como o relevante papel ocupado pela sistematização de conceitos na organização racional dos modos de ser tipicamente humanos.
Esclarecem que a autoconsciência e a abstração não são apenas produtos da alienação mas uma das pré-condições (lentes) para as pessoas se moverem num mundo que, em todos os aspectos, foi mercantilizado sob o capitalismo.
Fazem questão de assinalar que a alienação é inseparável da visão sistemática do mundo advogada pela filosofia racionalista e de seus “contos da carochinha” - que sustentam tanto as teses da economia “livre” ou “de mercado” bem como a do seu controle ou “estatização”.
Sugerem que busquemos ver não tanto uma “Nova Ordem Mundial” nos modos de ser tipicamente humano na contemporaneidade mas, antes, vislumbrar com clareza o meio sóciocultural em que vivemos sem as já desgastadas lentes da Filosofia. [... what we have to look forward to is not so much a New World Order as a No World Order (p.21)]
Seguem expondo seu original ponto de vista no próximo subtítulo do capítulo intitulado Filosofia e Percepção [Philosophy and Perceptuality]
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