quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ERA UMA VEZ A PSICOLOGIA CIENTÍFICA... (29)

No item Campeões de Vendas da Psicologia: Saúde e Doença Mental [Psychology’s Bestseller: Mental Illness and Mental Health] os autores revelam como o discurso dualista do pensamento modernista impregnou a experiência cotidiana das pessoas através das oposições NormalidadeXAnormalidade, RepressãoXEspressão, RacionalidadeXIrracionalidade etc de tal modo que elas passaram a necessitar de especialistas para lhes dizerem COMO devem pensar sobre si mesmas.


Esclarecem que o Movimento de Higienização Mental e Freud acabaram por popularizar a nomenclatura técnica usada no tratamento da Doença Mental discorrendo sobre aspectos da ressignificação de expressões médicas por parte das pessoas comuns para referir estados emocionais e mentais sob a ótica hegemônica da “Deficiência” (Disturbio por Déficit de Atenção) e do “Defeito” (“Hiperatividade” e “Codependência”, por exemplo).

Explicam que tanto o Movimento de Higienização Mental quanto o Freudismo, desempenharam relevante papel no enfrentamento da problemática relativa à Saúde-Doença Mental; que os tratamentos medicalizantes (encorajados pela eficácia dos efeitos da penicilina na cura da sífilis) conduziram à segregação dos considerados “insanos” em  terríveis asilos para lunáticos sob custódia do Estado nos quais eletrochoques, lobotomia, banhos de gelo, morfina e outras drogas eram adminstradas com o aval de profissionais da área médica; que isso teria contribuído decisivamente para uma supervalorização do tratamento psiquiátrico e consequente descrença nas abordagens alternativas psicoterápicas.

Ressaltam a importante invenção/descoberta por Freud da Neurose e do seu tratamento através da Psicanálise como decisivo para o resgate da credibilidade da Psicologia junto à opinião pública e definitiva aceitação das abordagens psicoterápicas no tratamento da Saúde-Doença Mental.

Encerram o item lamentando que a “Filosofia travestida de Psicologia” [The disguised philosophy known as psychology (p. 103)] tenha permanecido aprisionada à sua enfermidade ontológica inaugural.

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