Chapeuzinho Vermelho tecla aceleradamente diante da tela de um computador. O texto do diálogo na sala de batepapo online surge “rolando” em um telão ao fundo do palco à medida em que é digitado ao som de música eletrônica instrumental. A imagem em tempo real de Chapeuzinho é enviada à tela por uma webcam, identificando-a. A imagem estática de Ossain (avatar do Lobo) aparece em foto no MSN.
Ossain
I aheee gata
Chapeuzinho Vermelho
Aqui
Ossain
C ta linda
Chapeuzinho Vermelho
J
Pausa na rolagem da tela
Chapeuzinho Vermelho
CaD vc?
Ossain
Tc
Chapeuzinho Vermelho
Pq vc no mostra s cara na cam?
Ossain
C num curte meu visu?
Chapeuzinho Vermelho
Sim
Ossain
Hehehe...
Chapeuzinho Vermelho
Loro? Moreno? Negro?
Ossain
Quando a gente s v c vai V...
Chapeuzinho Vermelho
Tá m deixando curios
Ossain
Qd? Ond?
Chapeuzinho Vermelho
Fui.........
Ossain
Espera
Ossain
C tai?
OssaIN
Gata, fala comigo...
Chapeuzinho Vermelho assiste a tela “rolar” por mais um tempo e em seguida desliga a webcam com um sorriso maroto. Escurecimento.
Música Vatapá de Caymmi sobrepõe-se ao som eletrônico. A mãe de Chapeuzinho mexe um tacho com uma colher de pau cantarolando a canção que toca em playback; em seguida acondiciona em vasilhames o doce caseiro que acaba de fazer. Há uma quantidade enorme de vasilhames de diversos tamanhos. Ela raspa o fundo do grande tacho.
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Humm... Humm... Esse doce de batata doce está muito cheiroso! Acho que ficou uma delicia... (Provando um pouco do doce) Humm... Humm... Sim, está mesmo muito saboroso! (Para a platéia) Será que existe algum doce mais doce do que o doce de batata doce? (Interage com o publico em função de uma eventual resposta da platéia) Olha, não é à toa que dizem que há muito tempo atrás um doce perguntou a outro doce qual era o doce mais doce e aí, o doce respondeu pro doce, que o doce mais doce, era o doce de ... batata doce! Não existe doce mais doce do que o doce de batata doce! (Para a platéia) Concordam? (Experimenta mais um pouco do doce) Humm... Humm... Sabem de uma coisa, esse doce de batata doce ficou tão doce, tão doce, que eu estou pensando em mandar um pouquinho pra mainha... Ela gosta tanto de doce... É aposentada... Já cansou de ter que labutar na cozinha... É... Trabalhar na cozinha é muito puxado, muito cansativo... Porque todo mundo gosta de abará, mas ninguém quer saber o trabalho que dá! Todo mundo gosta de acarajé, mas o trabalho que dá pra fazer que é! (Para a platéia) Será que eu devo mesmo mandar um pouquinho desse doce de batata doce pra mainha? Ela é diabética...( Busca interagir com a platéia ) Sim? Não? Por que sim? Por que não? Será que devo mandar? Não devo? Ai, ai, ai, ai, ai que dúvida! O que acham? Devo mandar um pouco do doce de batata doce pra minha mainha? (Interage em função das eventuais respostas da platéia) Muito bem, já decidi: vou separar uns dois potes bem grandes para ela... (Dirige-se à mesa da cozinha onde estão os potes) Um... Dois... (Separa os dois maiores potes de igual comprimento mas com diâmetros diferentes) Pronto. Acho que esses dois são os maiores potes que tenho! Esses são os dois maiores potes nesta mesa, não são? (Interage com a platéia) Espera aí?! (Separa dois potes médios também com diâmetros diferentes) Mas e esses dois? (Interage com a platéia) Onde cabe mais doce? (examinando os potes) Neste? Ou neste? (Interage com a platéia) Ái, ái, ái, ái, ái... Tô confusa! (Perguntando à platéia) Este? Ou este? Acho que tô ficando coroca? (Testa derramando uma mesma quantidade de água colorida com anilina caseira como se fosse suco de acerola em cada um dos recipientes até constatar, com a platéia, onde cabe mais “suco”; apresenta diferentes possibilidades testando a capacidade de armazenamento dos recipientes até a constatação dos vasos que possui maior capacidade conforme os procedimentos sinalizados pelos experimentos de Jean Piaget) Pronto: agora acho que separei os dois maiores. (Separa finalmente os potes com maior capacidade de armazenamento) Pronto: desta vez acho que acertei. Ufa! ( Pausa ) Agora é só colocar o doce dentro do maior e deixar o suco no menor e botar em uma caixinha de isopor. Mas como vou levar pra ela? Tenho tanto o que fazer ainda... já sei: vou pedir para minha filha levar o isopor com os doces para ela. (Chamando a filha) Chapeuzinho! Chapeuzinho Vermelho! (Dirige-se para ambas extremidades do palco) Chapeuzinho! Chapeuzinho Vermelho! (Para a plateia) Onde será que essa criatura se meteu? Deve estar trancada no quarto na frente do computador... Talvez se vocês me ajudarem a chamá-la ela possa me ouvir. Eu vou contar até três e ai a gente chama ela bem alto, ok? (Chamam por Chapeuzinho Vermelho) Acho que precisamos chamar mais alto... Chapeuzinho! Chapeuzinho Vermelho! (Para a platéia) Tá surda... Já sei: vou ligar para o celular dela. (Disca para Chapeuzinho. Ouve-se o som de chamada do celular. Chapeuzinho antende fora de cena) Chapeuzinho, estou precisando de vc aqui na cozinha. Não está no quarto? Vc disse que ia ficar em casa conversando com suas amigas no MSN... Tá onde? Na Lan-house? Da pracinha? Mocinha, eu pedi pra você não acessar internet da rua... (Tempo de escuta comentando as desculpas da filha) É que eu fiz aquele doce... Qual doce? De batata doce, o que sua vó gosta tanto... Então preciso que você leve um pouco para ela. Você faria isso pra mim? Estou tão abafada aqui na cozinha, filhota! Ah... Já está vindo? Sim, sim querida. obrigado. (Para a platéia desligando o celular) Pronto. Já vem. Nada como a tecnologia... Digital! Quem será que inventou o telefone celular? E a internet?
Chapeuzinho Vermelho entra na área de cena pilotando um ciclomotor de cor vermelha ao som da versão instrumental da música tema do espetáculo. Chapeuzinho faz algumas evoluções com o ciclomotor. Desliga o veículo e retira o capacete.
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Aqui estão os potes de doce...
Chapeuzinho Vermelho
Vou e volto rapidinho!
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Por favor, tenha cuidado! Não vá acelerando muito porque o isopor pode cair e os potes se abrirem e derramarem o doce... Ah, e também não corte caminho pelo Vale do Canela. Aquele lugar é deserto e muito perigoso... Está havendo muito roubo de ciclomotores por ali ultimamente. Ontem mesmo assaltaram a filha de Ivone e levaram a motoca dela... A menina indo para o colégio! Pode uma coisa dessas?! Roubarem estudante? A violência está demais minha filha... Você sabe também que perto do Vale tem o complexo de delegacias dos Barris, não é? E alem disso, na TV, no programa do Bocão, estavam dizendo que viram o ‘Lobo Guará Mau’ rondando as avenidas do Vale.
Chapeuzinho Vermelho
O Lobo Guará Mau?
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Sim.
Chapeuzinho Vermelho
E como é esse tal de Lobo Guará Mau?
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Lobo Guará Mau é o apelido daquele bandido pedófilo que vive apavorando o povo daqui... Outro dia mostraram a cara dele na televisão... Ele é assim alto e baixo, magro e gordo, bonito e feio... (Para a platéia) Alguém aqui já viu o Lobo Guará Mau? Então, como ele é...
Chapeuzinho Vermelho
Sinistro! Que medo!
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Você entendeu o que eu falei?
Chapeuzinho Vermelho
Claro mãe. Fique tranqüila: vou pelo Campo Grande que é mais movimentado.
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Isso mesmo. Muito cuidado com os caminhões e carros - e também
com os pedestres! Está com a carta de habilitação, os documentos do ciclomotor e a minha autorização para pilotar?
Chapeuzinho Vermelho
(Montando em sua motoca) Fique despreocupada mainha. Tudo OK. Quer ver?! (Chapeuzinho sobe na moto e acelera fazendo acrobacias ao som da versão instrumental da música tema)
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Moça?! Posso confiar?
Chapeuzinho Vermelho
Claro mainha.
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Então vá logo para não ficar tarde. Diga a sua vó que domingo iremos almoçar e passar a tarde com ela. Entregue os doces e volte logo pra casa – antes do entardecer, ouviu bem?! Não quero você circulando por ai, sozinha, de moto, principalmente ao anoitecer. Você esta me ouvindo? Nada de conversa com gente desconhecida!
Chapeuzinho Vermelho
(Dirigindo a motoca) Entendi tudo, tudinho!
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Vai com Deus, filha!
Chapeuzinho Vermelho
Fica com ele Mainha!
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Que Ogum te guie, filha!
Chapeuzinho Vermelho
Relaxe mainha!
Mãe de Chapeuzinho Vermelho
Não vá pelo Vale do Canela! E nem pare em nenhuma lanhouse!
Chapeuzinho Vermelho
(Com algum enfado) Sim, Mãe!
Chapeuzinho Vermelho sai com a sua motoca e cantarolando o Tema de Chapeuzinho Vermelho em ritmo de rap que soa em playback.
TEMA DE CHAPEUZINHO VERMELHO
Pela estrada a fora
Eu vou bem sozinha
Levar esses doces
Para a vovozinha
O caminho é longo
A estrada esburacada
E o lobo mau
Tá de butuca por perto
Mas à tardinha
Ao sol poente
Junto à mainha
Estarei contente
Chapeuzinho Vermelho
(Para a plateia) Essa música é a maior legal! Vale a pena cantar outra vez. Vamos nessa, galera?! Uhu! (Canta novamente o Tema de Chapeuzinho) Valeu a força! Mas agora tenho que ir antes que fique muito tarde... Fui!
Chapeuzinho sai de cena pilotando o ciclomotor. Efeitos sonoros dão clima de suspense. Versão instrumental do Lobo Mau do Baque (sucesso do carnaval baiano) em ritmo de Rock. O Lobo Guará Mau em seu skate entra acompanhado de Lobinho Guará Mau em uma patinete. Desce do skate e move-se sorrateiramente pelo palco acompanhado por Lobinho e escondendo-se atrás de dispositivos cênicos.
Lobo Guará Mau
Auuu! Auuu! Que fome...
Lobinho Guará Mau
Auuu! Auuu! Que fome...
Lobo Guará Mau
Hoje ainda não arrumei nada para comer.
Lobinho Guará Mau
Nem eu!
Lobo Guará Mau
Tá de rango é pivete? (Lobinho responde que sim com a cabeça) Minha pança está roncando. Escute só... Cronck! Cronk! Auuu! Que fome...
Lobinho Guará Mau
Tá parecendo que a bateria do Ilê Ayê ta aí dentro da sua barriga!
Lobo Guará Mau
É Lobinho Guará Mau, acho que o jeito é a gente se inscrever no Programa Fome Zero do Governo... Será que a Dilmaquinaista aceita a inscrição de marginais?
Lobinho Guará Mau
(dando de ombros) Num sei!
Lobo Guará Mau
Espera! (Apura o olfato) Estou sentindo um cheirinho de... um cheirinho bom! É um cheiro assim... parecido com... É cheiro de... de... É cheirinho de menina! (Ouve-se versão instrumental do Tema de Chapeuzinho) Sentiu? Vem menina de moto! Vamo se esconder! Vem Lobinho! (Veste traje de Ossain) Uma moita! (Para a platéia) Psiu! Nem um pio! Nada de trairagem. Se não eu... eu...
Chapeuzinho Vermelho entra em cena guiando sua motoca ao som da música tema da peça. O Lobo Guará Mau e Lobinho permanecem escondidos “na moita” observando-a. Lobo Guará vestindo o traje e Lobinho escondendo-se atrás dele. A moto de Chapeuzinho “afoga” (interrompe).
Chapeuzinho Vermelho
Caraca! Essa motoca resolveu dar pau logo agora?! O pior é que não tem nenhum mecânico por perto... Já sei: vou usar meu super kit de ferramentas! (Chapeuzinho saca o celular e tenta fazer uma ligação) Fora de área... (Olha para os lados) Ainda bem que aqui no Campo Grande tem bastante lanhouse. Vou pedir ajuda pela internet...
Chapeuzinho se dirige a Lanhouse. É seguida pela dupla de malandros. Na lanhouse Chapeuzinho Vermelho, Lobo Guará Mau e Lobinho teclam vertiginosamente. O telão com o texto volta a mostrar o que está sendo digitado na sala de bate papo pelos três.
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Alô-ô!
Lobinho Guará Mau/pequeno
Ô-ô!
Chapeuzinho Vermelho
(A parte sem digitar nada) Acho que...
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Gata!
Lobinho Guará Mau/pequeno
Ô
Chapeuzinho Vermelho
Quem tc?
Lobinho Guará Mau/pequeno
Eu... (O Lobo Guará Mau dá-lhe um tapa na mão)
Lobo Guará Mau
(Para Lobinho, entre os dentes, sem digitar) Casca fora, moleque!
Chapeuzinho Vermelho
Quem?!
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Intruder... Caiu! (Tempo) Ossain... (Lobo Guará Mau ameaça dar cascudo em Lobinho) O encantado das árvores...
Chapeuzinho Vermelho
Encantado? Das árvores?
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Sim...
Chapeuzinho Vermelho
Na real?
Lobinho Guará Mau (Sem digitar, “soprando” a resposta para Lobo Guará Mau)
Claro que existe...
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Eu (Faz sinal para Lobinho ficar calado)
Chapeuzinho Vermelho
(Irônica) É vc mesmo?
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Ossain... Pd crer
Chapeuzinho Vermelho
Nick irado!
Lobo Guará Mau/OSSAIN
Fofa...
Toque para Ossain. Instala-se a “lógica do Pica-Pau”, ou seja, do texto teclado no telão a ação cênica passa a ocorrer “encarnada” pelas personagens no “bosque”. Da lanhouse a cena transfere-se “magicamente” para as árvores do Campo Grande através de iluminação. O telão e a lanhouse desaparecem no escuro.
Chapeuzinho Vermelho
(Chapeuzinho busca descobrir quem fala por trás da moita. O Lobo Guará Mau e Lobinho se esquivam em um prazeroso jogo de esconde-esconde) Quer saber meu nome? Chapeuzinho, Chapeuzinho Vermelho...
Lobo Guará Mau
Este é seu Nick. Parece nome de personagem de conto de fadas...
Chapeuzinho Vermelho
É que eu uso muito minha jaqueta vermelha com gorro; daí a galera da escola me apelidou de Chapeuzinho Vermelho... Por causa da tal dos contos de fada...
Lobinho Guará Mau
Apelido irado!
Lobo Guará Mau tapa a boca de Lobinho.
Chapeuzinho Vermelho
Então... Se você é mesmo esse tal de Ossain, aparece logo para mim!
Lobo Guará Mau
Não posso...
Chapeuzinho Vermelho
Por quê?
Lobo Guará Mau
Porque sou encantado...
Chapeuzinho Vermelho
Ah, qual é? Se você é mesmo encantado deve ter poderes mágicos... Então me ajuda! Minha motoca afogou e não tem mecânico por perto... Vem me ver aqui na lanhouse...
Lobo Guará Mau
Não vou gastar meu tempo para consertar motoca! (Comunica-se com cumplicidade em silêncio com Lobinho) Onde c tá?
Chapeuzinho Vermelho
No Campo Grande. Na lan do “Ben”
Lobo Guará Mau
Já tive aí... Leve a moto à uma oficina mecânica. Você não está no Campo Grande? Tem várias aí perto. Na Garibaldi. É só pegar o Vale do Canela e seguir direto... Tem um trevo antes da Vasco da Gama, lá tem muitas! [oficinas]
Chapeuzinho Vermelho
Mas afinal para que servem os encantados?
Lobo Guará Mau
Os encantados servem pra... pra... Ora... (Susurrando para Lobinho) Pra que servem os Encantados?!
Lobinho Guará Mau
Pra encantar!
Lobo Guará Mau
Para encantar... e ajudar as pessoas.
Chapeuzinho vermelho
Ajudar? Mas você não quer consertar minha moto?! Que ajuda é essa?
Lobo Guará Mau
Ora, ora, ora... já lhe disse para levar sua moto numa oficina. Lá onde eu te falei... perto do Vale do Canela
Chapeuzinho Vermelho
Mas não devo ir pr’aqueles lados... É perigoso. Dizem que o Lobo Guará Mau circula ali...
Lobo Guará Mau
Quem disse?! Um lugar tão movimentado... cheio de faculdades...
Chapeuzinho Vermelho
Deu no programa do Bocão.
Lobo Guará Mau
Mas hoje mesmo a Georgina Maynard do BA-TV disse que esse tal Lobo Guará Mau foi visto ai no Campo Grande!
Chapeuzinho Vermelho
Verdade?!
Lobo Guará Mau
Verdade!
Lobinho Guará Mau
Verdade verdadeira! (O Lobo Guará Mau o repreende com um puxão de orelha)
Lobo Guará Mau
Pode ir na moral. Pede ao pessoal da lan pra vigiar sua motoca até você voltar... Vá por mim!
Chapeuzinho Vermelho
Então é melhor eu ir logo... senão me atraso. Tenho que entregar uma encomenda?
Lobo Guará Mau
Pizza?! Humm...
Chapeuzinho Vermelho
Pra casa da minha vó, levar uns doces...
Lobo Guará Mau
Que mocinha boazinha...
Chapeuzinho Vermelho
Ela adora doce. Mas é diabética, coitada. Só pode comer de vez em quando... Ela toma insulina.
Lobo Guará Mau
Será que não conheço sua vó? Como é o nome dela?
Chapeuzinho Vermelho
Lourdes: Dona Lourdes
Lobo Guará Mau
Sim, Dona Lourdes! Conheço muito sua vó... Ela não é uma coroa prafrentex que sai todo Carnaval na Mudança do Garcia? Que mora numa casa no final de linha?
Chapeuzinho Vermelho
Isso mesmo.
Lobo Guará Mau
Vou visitar muito a página da sua vó no ORKUT. Somos amigos. Peguei o link pra ela na sua página...
Chapeuzinho Vermelho
Vou falar que tive no batepapo contigo... Você não quer aparecer para mim mas já esteve com minha vó. Por que?
Lobo Guará Mau
Prometo que vou aparecer para você.
Chapeuzinho Vermelho
Fui. Vou ter que empurrar minha motoca até a oficina.
Lobo Mau
Não! Não! Não precisa ir empurrando a motoca... A gente, (corrigindo-se) quer dizer, peça ao pessoal da lan pra ficar de olho nela... Vá sem medo e traga um mecânico. Garanto que não vai encontrar nenhum Lobo Guará Mau no caminho!
Chapeuzinho vermelho
Tchau Ossain (pendurando o capacete no guidon da motoca)!
Lobo Guará Mau
Tchau, Chapeleta...
Lobinho Guará Mau
Chapeleta, cara de bu... (Lobo Guará Mau fecha a boca de Lobinho) buchecha...
Chapeuzinho Vermelho deixa a cena cantando o seu rap. O Lobo Guará Mau e Lobinho saem do esconderijo. O Lobo Guará retira o traje de folhas.
Lobo Guará Mau
Tolinha! Caiu no papo como uma pombinha! (Gargalha assustadoramente e uiva) Nem sacou qual era a da gente!
Enquanto O Lobo Guará Mau gargalha Lobinho desmonta rapidamente sua patinete, guarda-a na mochila, coloca o capacete de Chapeuzinho vermelho; monta na moto, liga a motoca e a máquina pega.
Lobinho Guará Mau
Pegou! Pegou! (Eufórico)
Lobo Guará Mau
Desce daí pivete! Sai dessa motoca. Quem descolou a máquina foi eu! É minha!
Lobinho Guará Mau
Sua? A moto era da Chapeuzinho mas agora é minha! Como o povo diz, “ladrão que rouba ladrão, tem mil anos de perdão!” (acelera a motoca) Fui! Otário!
Lobo Guará Mau
Vá se... fu...runfar! Casca fora seu Exu-mirim filho de uma égua! conformando-se com o insucesso) Me aguarde, moleque! (Para a platéia) Agora só me resta tomar de assalto a coroa em casa, antes da Chapeuzinho chegar lá. Dona Lourdes e sua netinha que me aguardem! Vou comer as duas... e de sobremesa ainda vou me lambuzar de doce! Uhu! (Canta o hit Lobo Mau do Baque em ritmo de rock’n’roll)
MÚSICA LOBO MAU do Baque
Lobo Guará Mau
Essa música é tudo! Uh-hu! (Para a plateia) Vamo cantar de novo?!
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