terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ESTAMOS DOENTES

Acorrentados a um presente sem futuro, padecemos a tragédia de sermos humanos nos extertores da Modernidade.

Tecemos historicamente um intrincado labirinto por onde nos movemos apressadamente na expectativa de escaparmos de nos mesmos, minotauros...

Uns se rendem as cansaço e assistem outros buscando ingenuamente a saída do confinamento por trilhas que levam a novas trilhas de uma rede interminável de conexões com falsas promessas de satisfação afetiva, material, intelectual; uma teia tenebrosa na qual sentidos são forjados para recobrirmos o que não aceitamos no íntimo: nossa coisificação.

Alguns deparam-se com a constatação diagnóstica do nosso mal-estar permanente resignados; outros optam pela euforia analgésica de qualquer divertimento que nos faça esquecer nossa sofrível existência.

Não há possibilidade de catarse para a doença social humana; só existe cura para enfermidades pontuais ou agudas de infecções oportunísticas.

O riso e o enfado aliviam a dor mas não põem fim ao sofrimento do ser; não há saída do labirinto: ou convive-se inexoravelmente com o mal-estar crônico ou renuncia-se ao milagre volátil da existência carnal tênue.

Eis a sombra do eclipse total da condição humana e seus semblantes.

Aceitemos sem pechincha o preço a pagar por nossas escolhas!

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