HÁ 105 ANOS ATRÁS NASCIA VIGOSTKII
17 DE NOVEMBRO
CENTÉSIMO QUINTO ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DE VIGOTSKII
“A imaginação é um processo psicológico novo para a criança; representa uma forma especificamente humana de atividade consciente, não está presente na consciência de crianças muito pequenas e está totalmente ausente em animais.” [1] (Destaques meus)
"O brinquedo [faz-de-conta] fornece ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência. A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas - tudo aparece no brinquedo [faz-de-conta], que se constitui, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente, através da atividade de brinquedo [faz-de-conta]." [2] (Destaques meus)
“O nivelamento e a correção do desenho infantil [e da expressão artística infantil em geral] significam apenas uma grosseira interferência na estrutura psicológica da sua vivência e ameaça servir como obstáculo a tal vivência. (...) Por isso a plena liberdade da criação infantil, a renúncia à tendência a equipará-lo [o psiquismo infantil] à consciência do adulto e o reconhecimento de sua originalidade, das sua peculiaridades, constituem as exigências básicas da psicologia.” (Destaques meus) [3]
“O único educador capaz de formar novas reações no organismo é a própria experiência... A rigor,,do ponto de vista científico, não se pode educar a outrem [diretamente]. Não é possível exercer uma influência direta e produzir mudanças em um organismo alheio, só é possível educar a si mesmo, isto é, modificar as reações inatas através da experiência... a criança educa a si mesma... o critério psicológico exige que se reconheça que, no processo educativo, a experiência pessoal do aluno é tudo. A educação deve ser organizada de tal modo que não se eduque ao aluno, mas que este se eduque a si mesmo... Na base do processo educativo deve estar a atividade pessoal do aluno, e toda a arte do educador deve restringir-se a orientar e regular esta atividade... Chegamos, assim, à fórmula do processo educativo. A educação é realizada através da própria experiência do aluno, que é totalmente determinada pelo ambiente; a função do professor se reduz à organização e à regulação de tal ambiente... A meta da educação não é a adaptação ao ambiente já existente, que pode ser efetuada pela própria vida, mas a criação de um ser humano que olhe para além do seu meio... Não concordamos com o fato de deixar o processo educativo nas mãos das forças espontâneas da vida...No processo de educação e com esta nova concepção, a importância do professor é incomensuravelmente maior. Ainda que seu papel aparentemente dimunua quanto à sua atividade externa, pois passa a ensinar menos... O poder desse professor sobre o processo educativo é muito maior que o poder do professor de outrora... O professor desempenha um papel ativo no processo de educação: modelar, cortar, dividir e entalhar os elementos do meio para que este realizem o objetivo buscado. O processo educativo, portanto, é trilateralmente ativo: o aluno, o professor e o meio existente entre eles são ativos.” (Destaques meus) [4]
Ricardo Japiassu |
A capacidade de combinar o “antigo” com o “novo” fornece as condições necessárias para a atividade criadora. Vigotskii considera que a imaginação nutre-se de materiais tomados da experiência vivida pela pessoa. É com base nisso que ele postula a principal lei à qual se subordina a “função imaginativa”: quanto mais rica for a experiência humana, maior será o material colocado à disposição da imaginação.[5] Desta lei resulta o compromisso pedagógico das intervenções educativas para com a de ampliação da experiência cultural das pessoas – se o objetivo for mesmo oportunizar uma experiência “rica” para que elas sejam capazes de se desenvolverem plenamente como seres humanos e fortalecerem sua capacidade criadora-inovadora-empreendedora.
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