sexta-feira, 22 de julho de 2011

Teatro Gay nas Américas segundo T. Shank


GAY [MIX] THEATER IN AMERICA(S) ACCORDING THEODOR SHANK

Nos anos sessenta, as atitudes de deixarrolar (laissez-faire) concernentes ao estilo de vida se tornaram mais comuns. Alguns homossexuais deixaram de esconder sua orientação sexual e um pequeno número de grupos engajaram-se no desenvolvimento da aceitação de si mesmos e de seu status minoritário no sentido de serem aceitos pela maioria das pessoas. Os apelos dos grupos de teatro gay por mudanças sociais de atitude trilharam dois caminhos cênicoestéticos: um caminho foi o travestismo - que criava confusão e ambiguidade dos papéis sociais e enfatizava o ridículo das atitudes sociais urbanas (de rua) em relação a isso – que focalizou enfaticamente a distinção entre gêneros e as diferenças de orientação sexual privilegiando a subjetividade [Teatro Gay]. O outro caminho foi o teatro mix – que revelava os problemas dos homossexuais em uma sociedade regida pela heteronormatividade.
Nos Estados Unidos da América The Play House of the Riciculous (A casa de festa/jogos [boate/danceteria] dos Ridículos) criada em Nova Iorque em 1965 pelo diretor e artista performático John Vaccaro em parceria com o dramaturgo Ronald Tavel foi o primeiro desses grupos a aderir ao transformismo em suas atuações cênicas. Paralelamente ao abandono do texto emergiam paródias de filmes antigos, e suas atuações frenéticas investiam em grande variedade de componentes escatológicos e sexuais reduzindo política, sociedade, religião e sexo ao absurdo.
[...] Em 1967, Charles Ludlam, ator do grupo de Vaccaro, criou a Ridiculous Theatrical Company (Companhia Teatral dos Ridículos) [...] [porém] o grupo gay mais exuberante foi o Cockettes que floresceu em São Francisco durante as comemorações do ano novo de 1969.
[...] Nos anos setenta muitos gays e feministas passaram a considerar o travestismo como atitude politicamente incorreta. A performance transformista era vista como ofensiva e depreciadora da mulher e do homem gay por não lidar satisfatoriamente com a problemática dos homossexuais. Novas companhias se formaram para abordarem de outro modo as questões sociais da homossexualidade.
Surge o The Gay Theatre Colletive (O Teatro Gay Coletivo ou O Coletivo Gay de Teatro) [Teatro Mix] em 1976 em São Francisco, inicialmente formado só por homens gays mas posteriormente incluindo mulheres lésbicas.
SHANK, Theodore (1982) “Theatre of Social Change” [Teatro de Mudança Social] In: American Alternative Theater [Teatro Alternativo Norteamericano]. New York: Grove Press, p. 50-90, p.52-55. [Tradução livre de Ricardo Japiassu]

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