terça-feira, 10 de abril de 2012

Salvador Zona Leste: a ilha

Por ser soteropolitano (embora residindo em Vera Cruz há 8 anos) sinto-me absolutamente responsável por colaborar no pensar Salvador à véspera das novas eleições municipais.


Ricardo Ottoni


Nós, soteropolitanos, temos uma vocação histórica cosmopolita e tolerante com a migração maciça de pessoas do interior do estado, de outras unidades da Federação e países.

Salvador, ao acolher diferentes sujeitos com diferentes experiências de culturalização, acabou tornando-se uma Jerusalém - a terra prometida - de muitos.

Saqueada reiteradamente por admistradores gananciosos e demagogos, a Prefeitura da cidade vem sendo instrumento para, através de projetos mirabolantes, irrigarem os ativos de gente preocupada em enriquecer às custas de golpes na ingenuidade de incautos contribuintes.

Um Metrô que há dez anos não consegue ser finalizado; túnel mal planejado que não se "encaixa" no percurso da pista em que seriam conectados; recapeamento asfáltico de pistas sem a prévia retirada de obstáculos; e agora, a Ponte Salvador-Itaparica...

Não há dúvida de que o projeto de construção da Ponte justifica-se pela necessidade de expansão da Região Metropolitana para o atendimento à demanda imobiliária residencial e comercial da capital paralelamente à necessidade de escoamento da produção de bens e serviços que possam inter-relacionar velozmente e a menor custo o intercâmbio entre Baía de Todos-os-Santos, Recôncavo e Baixo Sul com  a sede do Governo do Estado.

O que causa temor é de que esta seja mais uma oportunidade para a sangria de recursos - como lamentavelmente se observa reiteradamente por todo o território nacional.

Não tenho constatado nenhum tipo de ação preparatória da infra-estrutura necessária a este empreedimento faraônico até o momento - o que preocupa. Fala-se em estudos do impacto ambiental, fala-se de projetos arquitetônicos, de reordenamento do solo dos municípios insulares mas, concretamente, apenas palavras, palavras, palavras....

Prepara-se um novo "golpe" para assaltar os cofres públicos? Onde se encontram os estudos referentes ao planejamento do empreendimento?

Por exemplo:
(1) Não fica claro ONDE se dará o acesso pedagiado à ponte, tanto no continente como na ilha. Quais os locais dos pedágios?
(2) O design da ponte é lindíssimo, atualíssimo e prevê mecanismo sofisticado para permitir a passagem de gigantescas plataformas de petróleo e embarcações.Por que esta ponte tem que ter este mecanismo e ser posicionada no meio do "cartão postal"? Não seria possível ser posicionada de tal modo que não se convertesse obstáculo para a rota de petroleiros e cargueiros que se movimentam em direção ao Porto de Aratu?

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