quinta-feira, 31 de maio de 2012



G E P A D Ead



EXTRATO DE FLUXOGRAMA
Relato simplificado
Turma Multi-idade
Projeto Teatroeducação:Atividade e Desenvolvimento Cultural/BJMJr-Itaparica


PRIMEIRA SESSÃO – 28.O4.2012 sábado das 09:00/12:00h (3h)
Þ     9 (NOVE) dos sujeitos inscritos compareceram.
Exposição dos propósitos do trabalho; Apresentação do blog OBSERVE com auxílio do operador de computador da BJMJr; Explicitação do aspecto flexível do curso e definição das datas e horários das sessões subsequentes; Propostas de jogos teatrais de sensibilização (Substância do espaço); Mudança do horário de início dos trabalhos a pedido do grupo.


SEGUNDA SESSÃO – 05.05.2012 sábado das 09:30h/12:00h (3h)
Þ     Dos 9 (NOVE) que compareceram à primeira sessão apenas 2 (DOIS) se fizeram presentes (Islan e Rose); 7 (SETE) novos sujeitos ingressaram na turma.
Recordação estimulada da sessão anterior com auxílio do operador de computador da BJMJr; Coleta de depoimentos de cursistas; Apresentação de fragmento de texto narrativo de O sorriso do lagarto de João Ubaldo Ribeiro; Proposta de jogos para teatralização do texto narrativo com uso de suporte material (“pivô” = aquário luminoso); Apresentação do roteiro dramático A pena e a Lei da Dona das Camélias; Decisão dos participantes de engajarem-se na encenação do roteiro em teatroevento comemorativo ao 13 de maio; Visita de arte-educadores residentes em Itaparica (Omara e Yulo); Decisão de retomada da hora inicialmente proposta para início dos trabalhos; Distribuição de cópias do roteiro para o teatroevento aos presentes.


TERCEIRA SESSÃO – 12.05.2012 sábado das 09:00h/12:00h (3h)
Þ     Dos 7 (SETE) que compareceram à segunda sessão apenas 1 (HUM) compareceu (Rose); 4 (QUATRO) novos sujeitos ingressaram na turma que passou a ter 5 (CINCO) cursistas.
Recordação estimulada da sessão anterior com auxílio do operador de computador da BJMJr; Coleta de depoimentos dos cursistas; Propostas de jogos para teatralização de textos poéticos (Canção a Palmares e O navio negreiro de Castro Alves) e dramáticos (Excertos de Esmeraldas da Redenção de Ricardo Ottoni e cena de O maligno Baal – o associal de Bertold Brecht) reunidos no roteiro para o teatroevento; Escuta de audioversão (radioteatro) de O Malígno Baal – o associal de Bertold Brecht; Definição do fluxograma (datas e horários dos novos encontros para ensaios do teatroevento), dia, local e hora da apresentação (teatroevento ou “happening”); Visita do Sr. Emanuel do grupo folclórico Guaranis que afirmou, na ocasião, interesse em participar do teatroevento.

QUARTA SESSÃO – 18.05.2012 sexta das 17:30h/20:20h (3h)
Þ     Dos 5 (CINCO) cursistas, apenas 2 (DOIS) compareceram (Amanda e Jan).
Recordação estimulada da sessão anterior com auxílio do operador de computador da BJMJr; Ensaio e registro iconográfico de cena dialogada do roteiro a ser encenado pelos dois cursistas durante apresentação da turma no teatroevento com a presença do operador de som da BJMJr; Ajustes no roteiro original para viabilizar apresentação da turma no dia 19; Configuração do espaço cênico para a apresentação da turma com auxílio do operador de computador e do operador de som da BJMJr.

QUINTA SESSÃO – 19.05.2012 sábado das 09:00h/12:00h (3h)
Þ     5 (CINCO) cursistas decidiram comparecer (Amanda, Islan, Jan, Pharaó e Rose). Destes, 2 (DOIS) já haviam comparecido a encontros anteriores (Islan e Pharaó);
Definição (“fechamento”) do elenco para performar o teatroevento à noite; Recordação estimulada dos trabalhos desenvolvidos até a ocasião com auxílio de operador de computador da BJMJr.; Exposição de aspectos socioeconômicos e históricos do escravismo no Brasil pela Profª Antonietta d’Aguiar Nunes; Escuta de audioperformance de GIDEON ROSA para Canção a Palmares e de audioperformance Isabel de LUZIA SANTHANA para uso durante o teatroevento com auxílio do operador de som da BJMJr.; Videoerregistro de trechos da aula da Profª Antonietta e do ensaio da turma; Visita rápida de Omara (arte-educadora) para instruções sobre sua participação no teatroevento.
SEXTA SESSÃO – 19.05.2012 sábado das 15:00h/18:00h (3h)
Þ       Dos 5 (CINCO) cursistas comprometidos na participação do teatroevento apenas 4 (QUATRO) compareceram (Amanda, Islan, Jan e Pharaó); Ensaio do roteiro para teatroevento; Chegada de Omara às 17:30h para últimas instruções tendo em vista sua participação na apresentação da turma prevista para as 18:00h;
Último ensaio (ensaio geral com figurino, luz, som e adereços) para apresentação da turma no teatroevento com auxílio do operador de computador e do operador de som da BJMJr.; Ajustes finais na encenação do roteiro para viabilizar a performance cênica da turma.

SÉTIMA SESSÃO – 19.05.2012 sábado das 18:00h/21:00h (3h)
Þ     6 (SEIS) cursistas compareceram para se apresentarem durante o teatroevento, a saber, por ordem alfabética: AMANDA CARVALHO, ISLAN D’ÁVILA, JAN GONÇALVES, LARA PHARAÓ, OMARA SANTOS e ROSE STRELLA;
Apresentação do teatro evento; Videofotorregistro da apresentação da turma.

OITAVA SESSÃO – 02.06.2012 sábado das 09:00h/12:00h (3h)
Coleta de depoimentos da autoavaliação de aproveitamento do curso pelos participantes da turma; Entrega dos ATESTADOS DE PARTICIPAÇÃO no teatroevento A pena e a Lei da Dona das Camélias aos 6 (SEIS) participantes.
ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES
         A análise dos dados produzidos com a OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE e sua exaustiva discussão será feita oportunamente e veiculada no blog OBSERVE em RELATÓRIO DETALHADO da intervenção pedagógica desenvolvida pelo GEPADEad e BJMJr-Itaparica e estará disponível para livre acesso público online em formato multimídia e impresso.
         Cabe destacar ainda, no presente Relato Simplificado, que foi rigorosamente cumprida a carga horária total prevista para o curso e que, a rigor, nenhum cursista preencheu os prerrequisitos para obtenção do CERTIFICADO de qualificação - que previa 100% de frequência aos encontros da turma.
Aos sujeitos que participaram do teatroevento, será fornecido ATESTADO de participação como ATOR/ATRIZ na encenação de A pena e a Lei da Dona das Camélias.

Itaparica, 05 de junho de 2012.
   Prof. Dr. Ricardo Ottoni Vaz Japiassu

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Jogos para teatralização com turma teatroeducação/BJMJr-Ilha

Jan Gonçaves lê e diz texto da Lei Áurea





Amanda Carvalho performa Princesa Isabel


A Imperatriz performada por Amanda Carvalho

Assista a videoclipe de teatralização de fragmento de texto narrativo clicando sobre palavras sublinhadas


Videoclipe com apreciação de cursista sobre fruição mediada por videorregistro 

Videodepoimento de cursista sobre aproveitamento de conteúdos abordados em sessão de trabalho



O QUE É SELEÇÃO VOLUNTÁRIA?


O QUE É SELEÇÃO VOLUNTÁRIA?


Prof. Dr. Ricardo Ottoni Vaz Japiassu

A seleção voluntária é uma concepção de ações pedagógicas voltadas para o engajamento colaborativo de pessoas em processo de crescimento pessoal e desenvolvimento cultural.

Trata-se de uma filosofia da Educação para participação do sujeito em grupos; para a concretização orquestrada de tarefas que buscam a satisfação de necessidades pessoais, em parceria com outros.

As propostas de teatroeducação que adotam a seleção voluntária contrapõem-se aos modelos hegemônicos competitivos que estão amparados em concepções psicométricas que reforçam crenças no “talento” inato ou “aptidão” das pessoas para o desempenho de ocupações.

Nos processos de seleção voluntária o próprio sujeito, ao longo de sucessivas interações em grupos para a prática do Teatro, é quem decide, por si mesmo, se deseja ou não permanecer engajado no processo de apropriação e manejo da linguagem teatral.

Não existe “punição”, “recompensa” ou “julgamento” (aprovação/reprovação) arbitrado. Acompanha-se sua participação continuada em um coletivo. Cada pessoa, em última instância, é quem se descobre vocacionada ou não para ocupações relacionadas à prática teatral.

A adoção do modelo da seleção voluntária por parte de teatroeducadores, no entanto, é uma decisão que requer sólida fundamentação na Psicologia Cultural e em sua Teoria Histórico-Cultural da Atividade/CHAT por confrontar sedimentadas tradições estéticopedagógicas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Primeiras imagens da turma multi-idade em teatroeducação da BJMJr-ILha

                                         Sala climatizada com computador conectado a internet

                       Exibição de performance não verbal do Grupo Galpão diponível em youtube



                                Cursistas fruindo vídeorregistro de performance cênica não verbal


                                         Compartilhando apreciações pessoais de performance



                                    Delimitação de área de jogo para  prática da linguagem teatral


                                Cursista observando performance de jogadores na área de  jogo



                             Cursista escutando apreciação de sua performance por observadores

A LEI E A PENA DA DONA DAS CAMÉLIAS


A LEI E A PENA DA DONA DAS CAMÉLIAS
Aurum Imperial Regência
Isabel Cristina Leopoldina de Bragança - Princesa do Brasil
TERCEIRA REGÊNCIA (1877-1888)/Gabinete Cotegipe-João Alfredo

Roteiro para performance comemorativa à abolição do escravismo
aos 13 de maio de 1888 – Assinatura da Lei Áurea

Turma multi-idade 2012 em teatroeducação BJMJr-Itaparica

Teattr
Ricardo Ottoni










PRIMEIRA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA
Cursistas adentram espaço físico percurtindo bastões de maculelê.

SEGUNDA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA
Récita de fragmento de O sorriso do Lagarto [1]

Jogador 1 - Os peixes não são como os mamíferos, por exemplo.
Jogador 2 - Os mamíferos cuidam da casa, têm famílias
Jogador 3 - Alguns vivem em grupos, manifestam solidariedade social em muitos casos e assim por diante.
Jogador 1 – Mas peixe, não.
Jogador 2 - Praticamente não existe morte natural no mar
Jogador 3 - É um come-come desenfreado (...) os pais comem os filhos e vice-versa
Jogadores 1, 2 e 3 - Todo mundo come todo mundo!

Forte percurssão de bastões do maculelê.

TERCEIRA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA

Cursistas performam O maligno Baal – o associal [2]

Jogador 1 – (Ao modo de narrador) Diante de uma casa de jogos eletrônicos na periferia da cidade, (Aponta para o Jogador 2) Baal encontra, acompanhado de seu comparsa (Aponta para Jogador 3) Lupo, um menino (Apontando para si mesmo) que está soluçando.

        Jogador 1 chora e soluça exageradamente tomando o papel do menino. Jogadores 2 e 3 performando os papéis de Baal e Lupo cutucam-se mutuamente de modo cúmplice.

Jogador 2/Baal - Por que está chorando?
Jogador 1/Menino - Eu tinha duas moedas para jogar “plêichtexu” aí veio um pivete, me bateu e levou uma (Chora intensa e inconsolavelmente)
Jogador 2/Baal - (Para o Jogador 3 que performa Lupo) Isto é roubo! Mas como o roubo não aconteceu por necessidade de alimentação não é roubo motivado pela fome. E como parece ter ocorrido por causa de um passe para jogar videogame, é roubo audiovisual! Ainda assim, roubo. (Jogador 3/Lupo concorda exageradamente. Jogador 2/Baal pergunta ao Jogador 1/Menino) Você não gritou por socorro?
Jogador 1/Menino – Gritei (Continua a chorar)
Jogador 2/Baal - (Para Jogador 3/Lupo) O grito por socorro – expressão do sentimento de solidariedade humana... Mais conhecido ou assim chamado grito de morte. (Para o Jogador 1/Menino acariciando-lhe maliciosamente a cabeça enquanto retira-lhe o boné repassando-o a Lupo) Ninguém ouviu você?
Jogador 1/Menino – (Suspira aliviado na esperança de ajuda) Não.
Jogador 2/Baal - (Revelando-se cruel e imobilizando o menino, ordena ao Jogador 3) Lupo, tire-lhe também a outra moeda!
Jogador 3/Lupo – (Sadicamente) Boa idéia!

        Jogador 1/Menino protesta. Improviso de interação verbal entre os três jogadores até a consumação do roubo da última moeda do menino.

Jogador 3/Lupo – (Ameaçador mostrando-lhe um canivete) Casca fora moleque senão lhe capo!

        Jogador 1/menino foge apavorado.

Jogador 2/BaaL - (Para Jogador3/Lupo e platéia) Este é o fim de todos os apelos dos fracos.
Jogadores 1, 2 e 3 - Todo mundo come todo mundo!

Forte percussão de bastões do maculelê
 
QUARTA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA
Cursistas performam fragmentos de Saudação a Palmares [3]
        Jogadores movimentam-se arrastando grossas correntes colaborando formas com seus corpos que evocam escravos atados ao tronco e submetidos a castigo. Ao som do agueré de Oxossi eleva-se entre o grupo a figura de uma cabocla empunhando uma lança.

Jogador 1/Cabocla – Salve país do bandido!
Jogadores 2, 3 – Salve!
Jogador 1/Cabocla – Salve pátria do jaguar!
Jogadores 2, 3 – Salve!
Jogador 2 – Salve! Região dos valentes onde os ecos estridentes mandam aos plainos trementes os gritos do caçador!

Jogador 1/Cabocla estremece e grita batendo a lança no peito

Jogador 3 – Salve, Amazona guerreira! Que nas rochas da clareira, -aos urros da cachoeira – sabes bater e lutar...
Jogadores 2 – Salve! – nos cerros erguido – ninho, onde em sono atrevido, dorme o condor... e o bandido! A liberdade e o jaguar!

        Correntes são batidas ao chão em crescente sonoridade e Jogadores dispersam-se pela área de jogo.

 
QUINTA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA
Cursistas performam fragmento de Isabel [4]



No telão é projetado o texto da Lei Áurea. Jogadores lêem e dizem colaborativamente artigos do documento.

Jogador 1 - Declara extinta a escravidão no Brasil:
Jogador 2 - A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Jogador 3 - Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Jogador 1 - Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.
Jogador 2 - Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.
Jogador 3 -  Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império.

Durante a récita colaborada da Lei Jogador 4/Princesa Isabel está debruçada diante de um caderno de capa dura e é auxiliada por amas de companhia que ajudam-lhe a retirar a luva para empunhar a pena imperial sobre uma almofada, sustentada por serviçal do palácio. O Jogador 4/Princesa Isabel assina solenemente a Lei. Ouve-se estrondosa e majestosamente a abertura da ópera O Guarani de Carlos Gomes que segue sendo ouvida em baixo volume.

Jogador 4/Princesa Isabel – (Para Jogador 2/José do Patrocínio) Está feito... O escravismo é página virada neste país.
Jogador 2/José do Patrocínio - Fala-se em golpe militar... Um levante do exército para “derrubar” a “Dona das Camélias”; inclusive apoiado por abolicionistas agora republicanos que, sem nenhum constrangimento, aceitam serem financiados por senhores ex-escravagistas. Rui a viga mestra da monarquia no Brasil. É o fim, Alteza... O fim...
Jogador 4/Princesa Isabel - Talvez o início... de um novo tipo de nobreza. Uma nobreza de outra natureza, meu caro... A nobreza de caráter... (Pausa) É preciso sermos realistas: não há recursos para atendermos o que nos exigem os senhores ex-proprietários de escravos. (Indignada) Não satisfeitos com os ganhos que tiveram ao longo de séculos ousam agora extorquir o Tesouro Nacional em nome de uma supostamente “justa” indenização pela perda dos seus “bens” – pessoas, gente de cor... Por isto apóiam a República; para saquear o Erário com o auxílio de seus asseclas no Parlamento, apoiados por mercenários do Exército. (Altiva) Tudo isso se apresenta muito repugnante para mim e talvez o exílio em França seja mesmo o destino que não ingenuamente ajudei a traçar para a família real brasileira... Basta de sangue irrigando as terras desta nação.

        Jogadores 2 e 3 adentram a área de jogo entregando ao Jogador 4/Princesa Isabel um livro. Jogador 4/Princesa Isabel abre o livro. Ouve-se em baixo volume o Hino ao 2 de Julho durante a récita colaborada de estrofes finais de O navio negreiro [5]

Jogador 2 - E existe um povo que a bandeira empresta pra cobrir tanta infâmia e covardia!...
Jogador 3 - E deixa-a transformar-se nessa festa em manto impuro de bacante fria!...
Jogador 2 - Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, que impudentemente na gávea tripudia?!...
Jogador 3 - Silêncio!...
Jogador 2 - Musa! Chora, chora tanto que o pavilhão se lave no seu pranto...
Jogador 3 - Auriverde pendão de minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança
Jogador 2 - Estandarte que a luz do sol encerra
Jogador 3 - E as promessas divinas da esperança...
Jogador 2 - Tu, que da liberdade após a guerra, foste hasteado dos heróis na lança,
Jogadores 2 e 3 - Antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!...

        Jogador 4/Princesa Isabel fecha o livro. Jogadores 2 e 3 deixam a área de jogo levando o livro.

Jogador 4/Princesa Isabel – O navio negreiro – tragédia no mar de Antônio Frederico Castro Alves, escrito aos 18 de abril de 1868, em São Paulo... (Pausa) Uma pena ter sido colhido tão jovem pela tuberculose o nosso poeta... 24 anos!? – um arauto da abolição do escravismo no Brasil... (Deslocando-se lentamente) Penso ter cumprido corajosamente o meu papel e sei que o fiz inscrevendo com destemor o meu nome na história do breve Império brasileiro – que só durou pouco mais de meio século. Tenho a firme convicção de que o tempo pode ocultar para sempre - ou revelar – muitos segredos de Estado. (Irônica)  Estou determinada a arcar com o ônus da minha decisão. (Resignada) Que vingue pois a República – (Com dignidade) mas sem prejuízo da honra da Casa de Bragança! Eu sou o Império que baniu para sempre a escravidão no Brasil. A suspensão do meu direito de reinar não impedirá jamais de que eu seja cognominada Isabel, A Redentora, pelos séculos e séculos... Amém.

        Uma chuva de camélias brancas em pétalas é lançada pelos jogadores sobre o  Jogador 4/Princesa Isabel.

QUINTA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA

Cursistas performam alegremente um samba de roda congratulando-se com os observadores e ofertando camélias brancas aos presentes.






[1] RIBEIRO, João Ubaldo (2009) O sorriso do lagarto. Rio de Janeiro: ALFAGUARA/Objetiva, Cap. 5, p. 158. [João Pedroso]

[2] BRECHT, Bertold (2001) O maligno Baal – o associal. In KOUDELA, Ingrid Dormien. Brecht na pós-modernidade. São Paulo: Perspectiva, pp.133-146, p. 143.

[3] CASTRO ALVES, Antônio (1997) Saudação a palmares. In Os escravos. São Paulo: L&PM, pp. 113-115.
[4] JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz (2010) Esmeraldas da redenção Isabel Cristina Leopoldina de Bragança - Princesa do Brasil - Aurum Imperial Regência. Texto dramático registrado na SBAT não publicado.
[5] CASTRO ALVES, Antônio (1997) O navio negreiro. In Os escravos. São Paulo: L&PM, pp. 92-101.